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Lista 2/01 Exercício 5.3 b)

Por João Vitor Barbosa e Oliveira @Joaovitor
    2021-12-11 15:32:24.245Z2021-12-11 20:15:21.641Z

    Para cada um dos casos abaixo, mostre que $(X,\tau)$ é uma topologia.
    \begin{align*}
    X=\bigg\{ x\in\mathbb{R}^\mathbb{N} \ \big| \ \sum_{n=0}^{\infty}|x_n|<\infty \bigg\}
    \end{align*}
    Onde $\tau$ é formado pelo vazio, e também pelas uniões arbitrárias de bolas da norma do supremo $\|x\|_ \infty=\sup_{n=0}^{\infty}|x_n|.$

    • 19 respostas
    1. A
      Ayrton Teixeira @AyrtonAnjos
        2021-12-13 16:59:51.928Z

        Verificaremos que $\tau$ satisfaz as três condições da definição usual de topologia.
        Temos
        $$X=\bigcup_{x\in X}B_1(x)$$
        Daí $X\in \tau$, além disso, por definição, $\varnothing\in\tau$.
        A união arbitrária de conjuntos que são união de bolas ainda é uma união de bolas, portanto a união arbitrária de abertos de $\tau$ é um aberto de $\tau$.
        Para a interseção finita, tome $A,B\in\tau$, mostraremos que $A\cap B\in\tau$.
        Para tanto, tome $x\in A\cap B$, pela definição de $\tau$ existem bolas $B_1=B_s(a)\subseteq A$ e $B_r(b)\subseteq B$ tais que $x\in B_1$ e $x\in B_2$. Tome $\varepsilon$ pequeno o suficiente de forma que $B_\varepsilon(x)\subseteq B_1\cap B_2$, assim temos $B_\varepsilon(x) \subseteq A\cap B$.
        Ou seja, para cada $x\in A\cap B$ existe $\varepsilon_x$ tal que $B_{\varepsilon_x}(x)\subseteq A\cap B$. Portanto, $A\cap B$ é a união de bolas e portanto aberto.

        1. AAndré Caldas @andrecaldas
            2021-12-13 18:37:03.382Z2021-12-13 19:46:52.702Z

            E se a definição de $X$ não excluísse os caras que a norma é infinito?

            $$
            X = \mathbb{R}^\mathbb{N}.
            $$

            Dava uma topologia?

            1. Penso que não pois nesse caso a norma poderia ser $\infty$ e consequentemente a métrica logo o supremo pode não ser atingido.

              1. AAndré Caldas @andrecaldas
                  2021-12-13 19:47:42.767Z

                  Mas o que ganhamos excluindo o $\infty$?

                  1. No caso da métrica todo $\sup$ nos excluímos o $\infty$ porque não faz sentido calcular o supremo de um conjunto que não é limitado superiormente. Então é na verdade uma deficiência em saber lidar com ele. Na verdade não sei responder, parece que não atrapalha e nem agrega em nada.

                • Em resposta aandrecaldas:
                  AAyrton Teixeira @AyrtonAnjos
                    2021-12-13 18:59:32.050Z

                    Só complementando a resposta do João, uma possibilidade para definir uma topologia nesse conjunto seria usar a métrica dada por:
                    $$d(x,y)=\sum_{i=1}^{\infty}\frac{1}{2^{i}}\cdot\frac{|x_i-y_i|}{1+|x_i-y_i|},$$
                    para $x=(x_n)$ e $y=(y_n)$, que sempre converge já que podemos limitar essa série pela série geométrica
                    $$\sum_{i=1}^{\infty}\frac{1}{2^{i}}.$$

                    1. AAndré Caldas @andrecaldas
                        2021-12-13 19:52:07.988Z

                        Sim. Mas essa topologia aí é diferente. Essa métrica dá a topologia produto.

                        Eu não vejo problemas em a norma dar $\infty$. O único problema é que deixa de ser uma norma. :-)

                        Mas as bolas continuam existindo! Poderíamos ter uma bola centrada em $(1, 2, 3, 4, \dotsc)$, na norma do supremo... não? Basta que a diferença dos vetores tenha norma $< \varepsilon$. ;-)

                        Mas talvez
                        $$
                        d(x,y) = \sup \frac{|x_j - y_j|}{1 + |x_j - y_j|}
                        $$
                        funcione...

                        1. AAndré Caldas @andrecaldas
                            2021-12-13 19:56:39.108Z

                            Ou, talvez,
                            $$
                            d(x,y) = \min \{1, \|y - x\|\}.
                            $$
                            Mas o meu ponto é que você não precisa de uma métrica... não tem motivo nenhum pra "esconder" esse $\infty$. Eu acho...

                            1. AAyrton Teixeira @AyrtonAnjos
                                2021-12-13 20:12:09.719Z

                                Entendi, acredito que a demonstração acima ainda funciona nesse caso, já que definimos as coisas em termos de bolas.

                                1. AAndré Caldas @andrecaldas
                                    2021-12-13 21:45:38.304Z

                                    Acho que o principal motivo pra você não querer que a norma dê infinito, é conseguir construir o vetor unitário
                                    $$
                                    \frac{a}{\|a\|}.
                                    $$
                                    Qualquer vetor é múltiplo de um vetor unitário. :-)

                                    Um espaço normado $E$ é tal que
                                    $$
                                    E = \bigcup_{n \in \mathbb{N}} B_n(\vec{0}).
                                    $$

                          • Em resposta aAyrtonAnjos:
                            VVITORIA CHAVES FERNANDES @VitoriaC
                              2021-12-13 21:52:07.689Z

                              Posso utilizar esse mesmo argumento considerando uma família arbitrária $\{ B_{\alpha} \}$ de bolas, de modo que se tenha $X- \cup B_{\alpha}$ e $X- \cap B_{i}$?

                              1. AAndré Caldas @andrecaldas
                                  2021-12-14 04:00:06.171Z

                                  Não entendi. Como é o argumento? E o que você gostaria de mostrar?

                                  1. VVITORIA CHAVES FERNANDES @VitoriaC
                                      2021-12-14 14:57:57.532Z

                                      Eu queria utilizar um argumento que vi no livro do Munkres, para provar que a interseção finita pertence à $\tau$. Mas percebi que o argumento que ele faz só serve para $X$ finito.

                                      1. AAndré Caldas @andrecaldas
                                          2021-12-14 17:14:55.050Z

                                          Eu fico orgulhoso quando vejo que vocês estão lendo... :-)

                                    • Em resposta aAyrtonAnjos:
                                      AAndré Caldas @andrecaldas
                                        2021-12-14 04:03:26.984Z

                                        Para tanto, tome $x\in A\cap B$, pela definição de $\tau$ existem bolas $B_1=B_s(a)\subseteq A$ e $B_r(b)\subseteq B$ tais que $x\in B_1$ e $x\in B_2$.

                                        A existência dessas bolas não é consequência da "definição de $\tau$". Ela é consequência da definição de $\|\cdot\|$. Mais precisamente, é consequência da desigualdade triangular.

                                        1. AAyrton Teixeira @AyrtonAnjos
                                            2021-12-14 11:47:20.188Z

                                            Não entendi. Por que seria consequência da desigualdade triangular?
                                            Nesse caso o que eu quis dizer é que como $A$ e $B$ são uniões de bolas então $x$ vai estar em alguma dessas bolas que "compõem" esses abertos.

                                            1. AAndré Caldas @andrecaldas
                                                2021-12-14 12:25:59.872Z

                                                Os abertos são união de bolas. Então, se você tem dois abertos, $A$ e $B$, precisa mostrar que $A \cap B$ é um aberto... ou seja, tem que mostrar que $A \cap B$ é união de bolas!!! :-)

                                                Por exemplo, suponha que $d(a,b) = 1$. A interseção das duas bolas $B_2(a)$ e $B_2(b)$ é uma união de bolas???

                                                1. Sim, pois essas bolas são em particular conjuntos abertos, logo $B_2(a)\cap B_2(b)$ é um conjunto aberto se, e somente se, é união de bolas abertas.
                                                  Então a maneira correta de escrever seria assim?
                                                  Sejam $A,B\in\tau$ então existem conjuntos de índices $\Lambda$ e $\Lambda'$ tais que,
                                                  \begin{align*}
                                                  A=\bigcup_{\lambda\in\Lambda}B_{\varepsilon_\lambda}(x_\lambda),\ \ B=\bigcup_{{\lambda'}\in{\Lambda'}}B_{\varepsilon_{\lambda'}}(x_{\lambda'}); \ x_\lambda,x_{\lambda'}\in X
                                                  \end{align*}
                                                  Porém, não sei justificar que $A\cap B$ é um aberto sem apelar pro fato de que a norma gera uma métrica então necessariamente $A\cap B$ é união de bolas abertas (parece que estou supondo a tese).

                                                  1. AAndré Caldas @andrecaldas
                                                      2021-12-14 13:33:41.107Z

                                                      O exercício pede basicamente pra você mostrar que as bolas formam uma base da topologia. Qual é a norma, não interessa muito... na verdade, o que interessa é que é um espaço métrico.

                                                      Num certo sentido, você poderia dizer:

                                                      É uma topologia porque é justamente a topologia induzida pela métrica.

                                                      Mas vamos assumir que o professor quer que demonstremos diretamente, sem usar essa coisa de topologia da métrica. Se não, fica fácil demais. O objetivo do exercício é ver se você sabe porque nos espaços métricos essa construção funciona. A pergunta é:

                                                      • Por que, nos espaços métricos, as bolas formam uma base da topologia?

                                                      A demonstração do que você quer é mais ou menos essa:
                                                      https://www.youtube.com/watch?v=xrRzdcY47GI&t=566s