No internet connection
  1. Home
  2. Resolução Completa
  3. Exercícios da lista

Lista 1/02 - Exercício 1 - (Exercício 2.3.1 do livro)

Por Thiago Guimarães Melo @thiagogmelo
    2021-12-06 18:24:25.320Z

    Em um espaço métrico $X$, dado $x \in X$, dizemos que $V \subset X$ é uma vizinhança de $x$ quando existir uma bola $B_{\epsilon}(x)$ tal que $B_{\epsilon}(x) \subset V$. Vamos denotar por $\mathcal{V}(x)$ a família de todas as vizinhanças de $x$. Mostre que uma aplicação $f : (X, d_{X}) \rightarrow (Y, d_Y)$ é contínua em $x \in X$ se, e somente se,
    $$f^{-1}(\mathcal{V}(f(x))) \subset \mathcal{V}(x),$$
    onde
    $$f^{-1}(\mathcal{V}(f(x))) \{ f^{-1}(V) : V \in \mathcal{V}(f(x)) \}.$$

    • 5 respostas
    1. M
      Mohammaderfan Fahim Far @Mohammaderfan
        2021-12-07 20:44:38.147Z2021-12-08 12:49:07.051Z

        Obs.: A solução deste exercício está na proposição 3.6. das notas de aula, mas apresento aqui em detalhes também.

        ($\Rightarrow$)

        Tomemos uma vizinhança $V \in \mathcal{V}(x)$, então existe uma bola
        $$B = B_{\epsilon}(f(x)),$$
        tal que $B \subset V$. Como a bola é o conjunto "menor",
        $$f^{-1}(B) \subset f^{-1}(V).$$
        Do outro lado, a continuidade da função no ponto x implica que $f^{-1}(B) \in \mathcal{V}(x)$ Agora, se o conjunto menor está na vizinhança de x, o conjunto maior ($f^{-1}(V)$) também vai estar.
        $$f^{-1}(V) \subset \mathcal{V}(x)$$
        que é o resultado que queríamos.

        ($\Leftarrow$)

        Partindo da relação $f^{-1}(\mathcal{V}(f(x))) \subset \mathcal{V}(x)$, para toda bola
        $$B = B_{\epsilon}(f(x)),$$
        foi visto na seção anterior que tomando uma $V \in \mathcal{V}(x)$, temos que
        $$ f^{-1}(B) \subset f^{-1}(V) \in \mathcal{V}(x),$$
        o que resulta em $f^{-1}(B) \in \mathcal{V}(x)$. Ou seja, o conjunto $(f^{-1}(B))$ contem uma bola centrada no ponto x.
        $$B' \subset f^{-1}(B) \in \mathcal{V}(x)$$
        com isso, concluimos que a função é contínua no ponto x em questão.

        1. Nossa, não tinha atualizado a sua solução para mim... acabei postando novamente

          1. Em resposta aMohammaderfan:
            Caio Tomás de Paula @CaioTomas
              2021-12-08 11:39:57.277Z

              Eu só trocaria

              a bola $(f^{-1}(B))$ contém outra bola...

              por

              o conjunto $f^{-1}(B)$ contém uma bola...

              já que não necessariamente a imagem inversa de uma bola é outra bola. Eu acho também que você trocou o sinal, né? Não deveria ser

              $B'\subset f^{-1}(B) \in\mathcal{V}(x)$

              ao invés de

              $f^{-1}(B) \subset B'\in\mathcal{V}(x)$?

              1. Está certo. Já fiz as devidas modificações. Obrigado pelas correções!

            • D
              Em resposta athiagogmelo:

              Seja $X$ um espaço métrico. Queremos mostrar que uma aplicação $$f: (X,d_X) \rightarrow (Y, d_Y) \quad \text{ é contínua em } x \in X \quad \Longleftrightarrow \quad f^{-1}(\mathcal{V}(f(x))) \subset \mathcal{V}(x),$$ com $f^{-1}(\mathcal{V}(f(x))) = \{ f^{-1} (V) : \mathcal{V}(f(x)) \}$.

              OBS: Dado $x \in X$, dizemos que $V \subset X$ é uma vizinhança de $x$ quando existir uma bola $B_{\epsilon}(x)$, tal que $B_{\epsilon}(x) \subset V$.

              ($\Rightarrow$) Suponha que a aplicação $f: (X,d_X) \rightarrow (Y, d_Y)$ é contínua em $x \in X$ . Considere $$V \in \mathcal{V}(f(x)).$$

              Assim, existe uma bola $B_1$ centrada em $f(x)$, tal que $B_1 \subset V$. Como, por hipótese, a aplicação é contínua, pela proposição 2.10 ( item 3) das notas de aula (enunciada no final da resolução), para toda bola $B_1$ centrada em $f(x)$, $f^{-1}(B_1)$ contém alguma bola, digamos $B_2$, centrada em $x$, isto é,
              \begin{equation}
              B_2 \subset f^{-1}(B_1) \qquad \qquad (1)
              \end{equation}

              Observe que $ B_1 \subset V$, então $f^{-1}(B_1) \subset f^{-1}(V)$. Dessa forma, por (1), obtemos $B_2 \subset f^{-1}(V)$. Logo, pela definição de imagem inversa, $$f^{-1}(V) \in \mathcal{V}(x).$$

              Portanto, $f^{-1}(\mathcal{V}(f(x))) \subset \mathcal{V}(x)$.

              ($\Leftarrow$) Suponha $f^{-1}(\mathcal{V}(f(x))) \subset \mathcal{V}(x)$. Em particular, para toda bola B centrada em $f(x)$, temos $$f^{ -1}(B) \in \mathcal{V}(x),$$ pois se $B \in \mathcal{V}(f(x))$, então $$f^{-1}(B) \in f^{-1}(\mathcal{V}(f(x)) \subset \mathcal{V}(x) \Longrightarrow f^{-1}(B) \in \mathcal{V}(x ) $$

              Assim, $f^{-1}(B) $ contém uma bola centrada em $x$ para toda bola $B$ centrada em $f(x)$ . Novamente, pela proposição 2.10 das notas de aula, isso implica que $f$ é contínua em $x$.

              Proposição 2.10 : Sejam $X$ e $Y$ espaços métricos. Então as seguintes afirmações são equivalentes :

              1- A função $f: X \rightarrow Y$ é contínua em $x \in X$.

              2- Para toda bola $B_{f(x)} = B_{\epsilon}(f(x)) $ centrada em $f(x)$, existe uma bola $B_x= B_{\delta}(x)$ centrada em $x$, tal que $$f(B_x) \subset B_{f(x)}$$

              3- Para toda bola $B = B_{\epsilon} (f(x)) $ centrada em $f(x)$, $f^{-1} (B)$ contém alguma bola centrada em $x$.